ISBN-13: 9788580418873
ISBN-10: 8580418879
Ano: 2018 / Páginas: 400
Idioma: português
Editora: Arqueiro
SINOPSE:
1974, Alasca. Indomito.
Imprevisível. E para uma família em crise, a prova definitiva. Ernt Allbright
regressa da Guerra do Vietnam e transformado num homem diferente e vulnerável.
Incapaz de manter um emprego, toma uma decisão impulsiva: toda a família deverá
encetar uma nova vida no selvagem Alasca, a última fronteira, onde viverão fora
do sistema. Com apenas 13 anos, a filha Leni é apanhada na apaixonada e
tumultuosa relação dos pais, mas tem esperança de que uma nova terra
proporcionará um futuro melhor para a sua família. Está ansiosa por encontrar o
seu lugar no mundo. A mãe, Cora, está disposta a tudo pelo homem que ama, mesmo
que isso signifique segui-lo numa aventura para o desconhecido.
RESENHA:
Kristin
Hannah é sem dúvida uma de minhas autoras preferidas, dona de uma habilidade incomum
em mexer com nosso psicológico e transbordar nossas emoções. Nesta obra
maravilhosa, a brilhante Kristin Hannah nos transporta para a inóspita
realidade do Alasca. Uma realidade dura, cruel e fria ... onde você só pode
cometer UM erro, o segundo vai te matar. É uma narrativa impactante e bem ao
estilo de Kristin Hannah, nos emociona demais, confesso que em vários momentos
dos livros me percebi com os olhos cheios de lágrimas, então vou comentar com
vocês um pouquinho dessa história belíssima.
A história tem início no ano de 1974, Lenora Allbright,
Leni, nossa jovem protagonista, é uma adolescente de 13 anos, cujo pai, Ernt
Allbright é veterano da Guerra do Vietnã, guerra esta que além de impingir
cicatrizes profundas em seu físico (provocadas pelo combate e pelas torturas
que sofreu nas mãos do inimigo), marcou de forma profunda e irreversível sua
alma, o distúrbio pós traumático (que na época não recebia a devida atenção e
tratamento) o transformou em uma pessoa muito agressiva, atormentada por
pesadelos e que tentava aliviar sua dor na bebida. Coraline, Cora, mãe de Leni,
nasceu em uma família abastada, foi uma jovem rebelde e apaixonou-se
perdidamente pelo belo Ernt Allbright. Os pais de Cora desaprovaram o
relacionamento, então Cora decidiu enfrentá-los e seguir seu grande amor, Leni
nasceu fruto do amor do jovem casal.
Depois de muitos anos no Vietnã e de ter sofrido torturas
inimagináveis, Ernt agora um homem, imprevisível, agressivo, que não consegue
manter-se em um emprego, atormentado por seus demônios e pelas visões da guerra
que se manifestam em pesadelos constantes e aterrorizantes, leva a família a percorrer
várias cidades, vários Estados tentando encontrar um lar, sem sucesso. Por
amor, Cora o segue qualquer que seja o destino, quem sofre é Leni, que não sabe
o que é ter estabilidade e segurança. O relacionamento entre mãe e filha é
retratado de forma muito bonita e intensa, é um amor incondicional, forte,
“unha e carne” e aprenderam a sobreviver durante toda a ausência do pai.
Ernt decide aceitar uma herança que ganhou de
um companheiro que morreu na guerra, uma casa no Alasca. É na esperança de
encontrar paz e de ver o pai feliz que a família vai para o Alasca, “The Great
Alone”, um habitat onde terão que aprender a sobreviver diante do inverno inclemente,
dos predadores e enfrentar os diferentes perigos que a beleza extasiante do
Alasca esconde. A família é imediatamente acolhida pela comunidade, Marge
Gorda, Tom Walker, e demais desbravadores que se unem para ajuda-los a se
estabelecer.
“(...) O Alasca não é
sobre quem vocês eram quando tomaram este rumo. É sobre quem você se torna.
Vocês estão na natureza selvagem. Isto aqui não é nenhuma fábula ou conto de
fadas. É real. É duro. O inverno vai chegar em breve e, podem acreditar, não é
como nenhum inverno que vocês já tenham experimentado. Ele destrói os mais
fracos, e rápido. Vocês precisam saber sobreviver. Precisam aprender a atirar e
a matar para se alimentarem e se manterem em segurança. Aqui vocês não estão no
topo da cadeia alimentar. (...)" p.45
As estações vão se alternando e as noites intermináveis do Alasca, o clima cruel e o isolamento vão revelando o pior no pai, um mundo de sombras e terror. O pai amoroso que tanto a amava acaba se tornando o verdadeiro monstro a ser enfrentado. Mãe e filha vão precisar estar unidas, mais do que nunca, para poder sobreviver.
Kristin Hannah descreve de forma
mágica a paisagem do Alasca, conseguindo nos transportar e sentir toda aquela
imensidão. A relação tóxica dos pais de Leni é retratada de forma muito
realista e chocante, as agressões tomam uma proporção desesperadora, uma
tragédia anunciada, todavia Cora não consegue deixar Ernt, o que Leni não
consegue entender e desperta na jovem um sentimento de raiva pelo pai, pois
percebe que ele pode matá-la e compaixão pela mãe.
“(...) A mãe o amava demais para
deixá-lo. Mesmo agora, com o rosto roxo e inchado. Talvez o que ela sempre
dizia fosse verdade, talvez não conseguisse respirar sem ele, talvez fosse
murchar como uma flor sem a luz do sol de sua adoração. (...) O amor é isso?
(...)” p.121
Sem dúvida o livro nos traz Kristin Hannah em sua melhor
forma, é uma narrativa linda, intensa, impactante e trágica. É um dos livros
mais incríveis que li da autora, é como se ao terminar a leitura, tivesse fim
também uma dolorida, porém linda jornada. Uma história forte, que trata de amor
e seus limites, de superação, de perdão e de sobrevivência.
Garanto que a
sinopse não fala nem metade do que encontraremos ao mergulhar na leitura, então
vai lá, respire fundo, prepare o coração, muitos lencinhos e delicie-se.
Recomendo demais!
Deixo com vocês um
trecho do poema preferido da nossa protagonista Leni, “A cremação de Sam McGee”, escrito por Robert Service.
Poema: A cremação de Sam
McGee – Robert Service
“Há coisas estranhas feitas ao sol da
meia-noite,
pelos homens que choram por ouro;
As trilhas do Ártico têm seus contos secretos
Que fariam seu sangue gelar;
As Luzes do Norte viram visões estranhas,
Mas as mais estranhas que já viram
Foi naquela noite à beira do lago Lebarge
que cremaram Sam McGee.”
- As estrofes de abertura
e fechamento do poema
***
AUTORA
KRISTIN HANNAH
É autora de mais de 20 livros, que foram traduzidos para 40 idiomas e venderam 15 milhões de exemplares no mundo. Ela largou a advocacia para se dedicar à sua grande paixão: escrever. Pela Arqueiro, publicou O Rouxinol, As coisas que fazemos por amor, As cores da vida, O caminho para casa, Amigas para sempre e Quando você voltar.
Kristin tem um filho e mora com o marido no noroeste dos Estados Unidos e no Havaí.
***
BY: Thaisa Salvador - Clique Aqui |
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