Causa Mortis:
Severa miopia cardíaca, via amor
onde nada existia.
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1971, algum dia perdido em Novembro ele nascia no
mesmo dia que o álbum 2 do Led Zeppelin. Não houve passagem de cometas, estrelas
cadentes visíveis nem ao menos um simples eclipse solar.
1990, Meados de Março ela
nascia e Andrew Wood morria de overdose, surgindo assim, com o que sobrou da
banda, o Pearl Jam e a possibilidade do rock e
dessa história continuar. Ou não.
....................................................................Qual melhor lugar teria para narrar uma
vidinha mequetrefe senão entre os obituários e informações sem sentido?! Por isso,
após alguns anos criando amores possíveis, venho até aqui para publicar as
últimas linhas desse romance. É bem verdade que essa foi a minha melhor
estória. Uma fantasia vivida entre a certeza do final feliz e a ilusão do
charme inoportuno. Cá entre nós, é tudo a mesma coisa.
O segundo semestre de 2012 teria sido
exatamente igual, exceto pelo encontro de duas gerações, não diria opostas.
Diferentes, talvez. Quatro décadas, dois caminhos e nenhuma chance disso torna
– se qualquer coisa; sabe como é? Tal qual a todos os contos de fadas o santo
bateu de primeira. Ele é mistério, eu curiosidade. Ele é aventura e eu coragem.
Ele ouve rock ao menos uma vez ao dia, eu escrevo para desabafar todos os dias.
Parecíamos a harmonia das músicas do
Dylan.
(você já está acostumado a ler essas crônicas de amores, conhece de cor o enredo. Poupe-me linhas e lembranças).
Vamos para “O Grande final”. A quem interessar possa: Depois
de lamentar e encucar com quais motivos não demos certo restou desistir, correto?
Não para uma típica pisciana. Tentei outra vez, pois por alguma razão cheguei
diversas vezes a acreditar que combinávamos, que toda aquela sintonia não
poderia ser por acaso. Por mais indisponível que ele pudesse parecer havia
sempre um motivo, justificado somente em minha cabeça, para mais uma vez acreditar
que valia a pena espera-lo, que um dia ele iria perceber que todos os textos
foram, de alguma maneira, a forma que encontrei para me declarar. Talvez ele
tenha lido e não tenha percebido. Talvez ele ainda nem se deu conta, ou talvez
ele nem seja tudo isso. A certeza que tenho é que sou uma pobre garota
sonhadora, via nitidamente em cada mísero sinal (que só eu enxergava) uma nova
chance. No fundo sabia que a culpa era da maldita miopia...
Por isso escrevo para poder ler e reler
quantas vezes forem necessárias, pois já admito que não existe nisso tudo reciprocidade,
mas sabe como é a teimosia de coração míope, ouvir dizer, inclusive, que já é
considerada doença crônica ainda sem cura.
Finalmente
chegamos ao fatídico Qualquer dia em Outubro de 2016 onde resolvo por um ponto
final literalmente nesse romance platônico. Cansei de tentar entender sinais, de traduzir
entrelinhas. Estou farta desse descaso fantasiado de charme enigmático.
Ele pode ser
tudo o que eu sempre quis, mas eu mereço mais. E como em todo final real foi assim,
sem frase de efeito somente com uma crônica publicada sem grandes alardes com
meus vícios de linguagens e uma narrativa cansativa.
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Sorte de hoje:
Pare de curtir status e vá
curtir a vida!
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